PR:"Temos a obrigação de preservar e consolidar as conquistas da independência".
Ao realizarmos esta cerimónia solene de homenagem aos angolanos que mais se distinguiram na luta contra a pandemia da COVID-19, aproveito a oportunidade de me dirigir à Nação por ocasião das comemorações do 11 de Novembro.
Comemoramos o 45° Aniversário da nossa Independência, proclamada perante o mundo aos 11 de Novembro de 1975 pelo Presidente António Agostinho Neto num momento particularmente
Com aquele acto de coragem, fruto do sacrifício de milhares de angolanos que pereceram nos navios negreiros, nas cadeias, nos campos de algodão e de sisal, nas roças de café, nas densas matas dos Dembos, nas montanhas do Maiombe de Cabinda ou ainda nas chanas do leste, punha-se fim ao longo período de cinco séculos de colonização portuguesa.
Infelizmente os anos que se seguiram não foram aquilo com que os angolanos sonharam, que seria o de edificar um país desenvolvido onde os angolanos passariam a beneficiar das amplas riquezas que a Natureza nos oferece e recuperar a dignidade merecida, como seres humanos de um país livre.
Ao longo de quase três décadas, Angola teve de enfrentar agressões militares externas e uma guerra entre irmãos, que destruiu não só as principais infraestruturas
O ano de 2002 trouxe-nos a tão almejada paz e, com ela, também a reconciliação nacional, que permitiu o início da reconstrução nacional e o usufruto dos direitos e garantias contemplados na Constituição da República.
O país enfrentou sérios desafios à sua própria existência mas soube sempre superá-los, porque se apoiou na força do seu povo, mas também alcançou grandes conquistas que temos a obrigação de as preservar e consolidar.
A Independência e Soberania nacional são conquistas sagradas e inalienáveis.
O Estado Democrático e de Direito, a economia de mercado, a paz duramente alcançada e a reconciliação nacional, a emancipação da mulher, a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa, a liberdade de reunião e de manifestação, a liberdade de culto, são realidades e direitos fundamentais já adquiridos que devemos todos respeitar e proteger.
A formação das Forças Armadas Angolanas apartidárias e republicanas constitui também uma importante pedra na edificação do Estado angolano.
Estamos a consolidar as bases de um verdadeiro Estado Democrático de Direito e de uma verdadeira economia de mercado, onde o sector empresarial privado tem um papel de destaque na criação da riqueza nacional e na oferta de postos de trabalho.
A aposta na diversificação da economia deixou de ser uma mera intenção e começa a ser uma realidade com a qual o país tem muito a ganhar.
Apostamos em criar um ambiente de negócios mais amigo do investimento privado nacional e estrangeiro e, com isso, ganhamos a confiança das instituições financeiras internacionais e dos investidores.
A corrupção, o nepotismo e o compadrio têm cada vez menos oportunidade de continuar a reinar no país, na sequência de corajosas medidas que o Executivo e a Justiça vêm tomando, contra aqueles que se locupletaram de activos financeiros e patrimoniais públicos, que dariam para financiar o Orçamento Geral do Estado angolano.
Reafirmamos o nosso compromisso para com o povo, o da boa governação, da transparência na gestão da coisa pública, do combate contra a corrupção e da moralização da sociedade.
A imagem de Angola no exterior melhorou consideravelmen
O país está cada vez mais aberto ao mundo, mais presente nos grandes fóruns internacionais.
Depois de muitos anos de negociações, finalmente assinou-se o acordo com a Santa Sé, um passo importante na consolidação das relações diplomáticas com o Estado do Vaticano.
Nesta ocasião, exorto todos os angolanos a não desperdiçarem estas conquistas, trabalhando juntos para as consolidar e darmos os passos necessários rumo ao desenvolvimento
Caros Compatriotas
Enfrentamos uma crise económica cuja gênese vem de 2014, com um alto endividamento público e suas consequências no desenvolvimento
Como se não bastasse, comemoramos os 45 anos da nossa Independência Nacional no ano em que inesperadamente
À semelhança do que ocorre com a generalidade dos países, enfrentamos a iminência de uma crise sanitária profunda que a todos impõe sacrifícios para a salvaguarda da nossa vida colectiva.
Durante os últimos meses, temos convivido com medidas excepcionais que alteraram substancialment
Limitamos a actividade comercial, impusemos limites à livre circulação pelo território nacional, compatriotas nossos ficaram por largos meses retidos no exterior do país sem poder regressar à sua pátria.
Há, no entanto, quem procure tirar proveito político de uma situação que ocorre ao mesmo tempo em todo mundo e que não foi criada pela boa ou má actuação dos governos.
As medidas que o Executivo determinou no Decreto Presidencial em vigôr visam salvar as vidas dos angolanos e, portanto, devem ser acatadas pelos cidadãos.
Angolanas e Angolanos
Caros Compatriotas
Este ano, a nossa homenagem vai para todo o povo angolano, que tem consentido sacrifícios para que juntos possamos prevenir e combater a COVID 19.
Gostaria, porém, de destacar algumas categorias profissionais que, estando na linha da frente, têm consentido sacrifícios acrescidos para a prevenção e o combate à COVID 19 para que o país não pare, para que a esperança continue presente.
A todos os trabalhadores do sector da Saúde, que não têm medido esforços, nem vacilam em pôr as suas vidas em risco para que o Serviço Nacional de Saúde continue funcional, o nosso Muito Obrigado!
Aos órgãos de Defesa e Segurança, aos efectivos das Forças Armadas Angolanas e da Polícia Nacional, que não medem esforços para manter a ordem e tranquilidade públicas, o nosso Muito Obrigado!
Aos pilotos da TAAG e da Força Aérea Nacional, pelo relevante contributo prestado nos inúmeros voos para trazer os nossos compatriotas que estiveram retidos no exterior, para trazer material hospitalar e de biossegurança, bem como para toda a logística interna, o nosso Muito Obrigado!
Aos empresários e empresas nacionais e estrangeiras que operam em Angola, por manterem o país em funcionamento na produção e na comercialização
Aos camionistas, que têm garantido o transporte de bens entre as diferentes localidades, o nosso Muito Obrigado!
Aos fazedores de Arte e Cultura, por manterem viva a nossa cultura e contribuído para a boa disposição, necessária em tempos de pandemia, o nosso Muito Obrigado!
Aos jornalistas, pelo inestimável contributo para a informação, formação e educação preventiva dos nossos concidadãos, o nosso Muito Obrigado!
Os presentes nesta sala representam todos aqueles que, por razões óbvias, não podem estar nesta cerimónia solene de reconhecimento pela dedicação colectiva e exemplar conduta na prevenção e combate à COVID-19 no nosso país.
Honremos a memória dos nossos heróis, como verdadeiros patriotas, cumpridores de nossos deveres cívicos.
Aos angolanos e aos jovens em particular, uma palavra de esperança, na certeza de que tal como se passou com outras pestes, endemias e pandemias que a Humanidade enfrentou ao longo dos tempos, também a COVID-19 será vencida, não só pela ciência com a descoberta da vacina, mas sobretudo pelo comportamento responsável do ser humano, que deve mudar condutas e atitudes antes consideradas normais, mas que hoje e no futuro deixam de o ser.
Comemoremos esta importante data da história do nosso país com alegria, civismo e responsabilidad
Termino apelando à união de todos os angolanos de Cabinda ao Cunene, porque a nossa própria história demonstrou que só unidos venceremos os desafios do presente e do futuro.
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